Cancro da mama aos 68 anos de idade

Olá.
Recentemente, foi diagnosticado à minha mãe de 68 anos de idade um carcinoma na mama esquerda. Em termos de nível, o mesmo situa-se entre o nível 2 e o nível 3, afirmou a cirurgiã e, supõe que já ali esteja há algum tempo.
A minha mãe vai fazer exames na próxima segunda e terça-feira (dias 26 e 27 de Abril de 2010) - Ecografia e Raio-X, e análises, seguindo-se exame ao coração.
A minha mãe é diabética, sofre de tensão arterial (alta), foi sujeita a uma intervenção cirúrgica à tiroide, penso que em 1997 e toma a medicação para tal (Letter), tem muitas e grandes varizes na perna direita e toma medicação para tal, e colestrol.
Há casos de cancro da mama na família. Há cerca de dois anos, uma tia da minha mãe, passou pelo cancro da mama e, presentemente, apresenta-se no Hospital de seis em seis meses para exames de rotina.
Após análise dos exames que a minha mãe vai fazer, os médicos especialistas vão reunir-se e determinar qual a cirurgia mais adequada para a situação da minha mãe ( se conservadora ou não). A cirurgiã também me adiantou que após a cirurgia, irão analisar o tumor e matéria retirada para análise a fim de se determinar com maior precisão as características tumorais do mesmo.
Neste momento, desejo saber se o tumor da minha mãe já se expandiu; ou seja, se há metástases ou não. Como posso sabê-lo? Não consegui uma resposta dos médicos em relação a esta matéria. Como devem compreender, estou com muito medo. Todos os dias tento ter coragem para transmitir à minha mãe. Mas, confeso que estou cheia de medo.
Sei que cada caso é um caso, mas neste momento, estou à procura de respostas e, na verdade, gostaria de ouvir aquilo que qualquer pessoa na minha situação gostaria de ouvir: que a minha mãe vai viver e vai ficar boa.
Por favor, ajudem-nos a adquirir informações sobre este caso.
Obrigada.

Não reparei nesta mensagem atempadamente, e agora já saberá todas as respostas às suas questões.

Porém fica aqui a resposta para quem vier espreitar....

O Cancro da Mama tem tendência a metastizar para o osso, fígado e pulmão. Por isso são pedidos exames como cintigrafia óssea, uma ecografia ao fígado e um RX tórax, ou uma TAC a estas estruturas específicas.

Um dos possíveis procedimentos cirúrgicos passa pelo esvaziamento ganglionar, que consiste na retirada dos gânglios linfáticos axilares, que serão as estruturas mais próximas ao tumor, e mais propensas a apresentarem metástases.

Ainda estaria tudo numa fase muito preliminar e daí a falta de respostas HB. Só após esta panóplia de exames é que é possível tirar ilações relativamente à presença de metástases.

Espero que tenha corrido tudo bem com a sua mãe.

Dado à forte presença de casos na família, aconselho a que as mulheres (e homens, sim... pq também os afecta) a estarem atentos.

Reforço ainda, que atendendo às outras complicações de saúde que a sua mãe tem, depreendo que seja uma pessoa obesa. Nestes casos é absolutamente crucial que se perca peso e se aumente o nível de massa muscular. Estudos indicam que a taxa de sobrevida após 5 anos, é substancialmente maior em pessoas com menor índice de massa gorda.

Espero ter acrescentado alguma coisa... as melhoras!

Cara Madadema,

Se me puder ajudar a interpretar este relatório técnico eu ficar-lhe-ía imensamente grata:
A senhora de 69 anos de idade apresenta o diagnóstico de Neoplastia da Mama Esquerda (T2N2M0). Submetida a tiumorectomia com linfadenectomia axilar.

Diagnóstico Histológico: Carcinoma ductal invasivo; G2; Tomor com 3 cm de maior diâmetro; com linfangioses carcinomatosas; 8GG+/18GG sem extensão extra ganglionar; RE 75%; RP 75%; CarbB2-

Referenciada para Radioterapia Externa Adjuvante.

Tratamento Efectuado:
Cirurgia: Tumorectomia com linfadenectomia axilar.
Quimioterapia Adjuvante: 4 ciclos de AC + 4 ciclos de Taxotere.

Hormonoterapia: Letrozole.

Radioterapia Externa: Realizou Simulação e TAC de planeamento. Efectuou tratamento sobre a mama e áreas ganglionares satélites com a dose 50Gy (fotões de 6 e 15MV). Seguido de uma sobreimpressão no leito tumural até completar a dose total de 62GY (fotões de 6MV). Em, ambas as fases foram utilizadas fracções de 2GY/ciclo/dia.

A senhora é reenviada aos cuidados da Sra. Dra para follow-up.

Como se pode saber como está a minha mãe? Qual a sua taxa de sobrevivência? Vai a minha mãe realizar exames para saber qual a sua situação? E, agora o que acontece?

Desculpe e muito obrigada pela sua atenção.

Abraço,

HB

Olá HB.

Há questões que me coloca que ninguém lhe poderá responder... mas compreendo que queira respostas.

Posso-lhe explicar o que significa algumas destas coisas como o T2N2M0. Trata-se de uma classificação a qual coloco aqui:
TNM - Classificação Clínica

As seguintes definições gerais são utilizadas:

T - Tumor Primário

TX O tumor primário não pode ser avaliado.
T0 Não há evidência de tumor primário.
Tis Carcinoma in situ
T1, T2, T3, T4 Tamanho crescente e/ou extensão local do tumor primário.

N - Linfonodos Regionais

NX Os linfonodos regionais não podem ser avaliados.
N0 Ausência de metástase em linfonodos regionais.
N1, N2, N3 Comprometimento crescente dos linfonodos regionais
Nota: A extensão direta do tumor primário para o linfonodo é classificada como metástase linfonodal. Metástase em qualquer linfonodo que não seja regional é classificada como metástase à distância.

M - Metástase à Distância

MX A presença de metástase à distância não pode ser avaliada.
M0 Ausência de metástase à distância
M1 Metástase à distância

Ou seja, a sua mãe tinha um tumor de pequena/média dimensão (T2), tinha um número mediano de gânglios linfáticos axilares com metástases (8 gânglios em 18 - N2) e que não se verificaram a presença de metástases à distancia (ou seja noutros orgãos - M0).

Penso que já tenha feito todos os tratamentos e agora está na fase de observação. Ciclicamente fará análises para ver os marcadores tumorais, mamografia... ecografias mamárias etc, com a frequência que o oncologista for indicando.

Só mais uma coisa... Tendo feito esvaziamento ganglionar (linfadenectomia axilar), a circulação linfática poderá ficar comprometida, e poderá ter tendência a inchar. Esse inchaço designa-se por linfedema. Falaram-lhe de alguns cuidados a ter com o mesmo a fim de evitar que isso suceda?


bj.